Crítica do filme Vaga Carne de Grace Passıo e Ricardo Alves Jr.
Cobertura Crítica da Mostra de Cinema de Tiradentes de 2019.
Por Bárbara Bergamaschi publicado em Revista Beira em 24 de Janeiro de 2019.
As luzes se apagam, o filme se inicia. Uma tela preta se impõe sobre os espectadores. O público é deixado no escuro por cerca de oito minutos. Mas ele não está sozinho. Uma voz grave nasce do breu no extracampo. Em um sobrevôo de pássaro a voz-personagem vaga buscando um local de pouso. Como fluxo de consciência que brota em jorro, em um afã vertiginoso ela invade os mais inusitados corpos.Habita o creme, o café, a mostarda, as estalactites, o pato e, assim, vai nos introduzindo a esse estranho universo cambiante de devires, onde há “Vozes vorazes pelas matérias”. A voz-personagem se apresenta não apenas como eu-lírico narrativo, mas como experiência empírica: a ouvimos e a sentimos com todo o corpo, através da vibração das caixas de som do sistema surround da sala. Vaga Carne, filme de estreia da atriz Grace Passô como diretora de cinema e codirigido por Ricardo Alves Jr., encomendado especialmente para abrir a Mostra de Tiradentes deste ano, fez, literalmente, as estruturas do festival tremerem.
Texto na íntegra https://medium.com/revista-beira/vasta-carne-ceca0dc32fe9
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