Entrevista com Cao Guimarães
·
18 min read
Por Bárbara Bergamaschi e Duda Kuhnert
Editado com Diego Franco
Em um longo plano fixo, a voz off do diretor mineiro afirma: “aquelas imagens, talvez o único testemunho de algo que vivi, estavam ali à espera de um olhar”. Cao Guimarães refere-se às imagens ainda não reveladas das películas esquecidas em sua geladeira. Podemos afirmar algo semelhante sobre seu último filme, “Espera”. Exibido na Mostra Paralela do 51º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, Cao mostra atos mortos da espera na expectativa de um olhar. Como se nos convidasse a entrar nessa cadência, o realizador registra várias situações de espera que estão presentes na vida: a preparação de um ator para entrar em cena, o tempo lento das filas e dos pontos de ônibus, o demorado processo de abandono do corpo para a chegada do sono, as mudanças hormonais da transição de identidade de gênero, o surgimento da imagem no papel fotográfico na revelação em laboratório, entre outros.
A produção de Cao Guimarães extrai procedimentos de campos artísticos diversos, como cinema, fotografia e artes plásticas. Sua trajetória é marcada pela busca de uma certa suspensão da normalidade cotidiana e suas obras entregam detalhes do sensível, manejam o tempo como atitude estética de interrupção cronológica do ritmo da vida. Nesta conversa, Cao Guimarães afirma a potência do que ele chama de tempos mortos, a afetividade que envolve as imagens de película, a sua disponibilidade de se relacionar com o outro, entre outras reflexões que permeiam sua obra.
Para ver a entrevista completa acesse o link: https://medium.com/revista-beira/margensdebras%C3%ADlia-entrevista-com-cao-guimar%C3%A3es-1942762925c
publicada em Nov 6, 2018
Comments