A Physis Natural e Sublime Tecnológico no Cinema Experimental Austríaco em Três Casos de Estudo: Arnulf Rainer (1960), Tree Again (1978) e Train Again (2021)
- Bárbara Bergamaschi
- 17 de jul. de 2024
- 2 min de leitura
Publicado 2024-07-18
Edição. Revista Aniki v. 11 n. 2 (2024): O Mundo Natural no Cinema
Secção Dossier Temático

Resumo
Peter Kubelka, Kurt Kren e Peter Tscherkassky representam três gerações distintas do cinema de vanguarda austríaco. Neste artigo, analisamos uma obra de cada um desses cineastas, nomeadamente, Arnulf Rainer (1960), 37/78 Tree Again (1978) e Train Again (2021), que consideramos “filmes-opúsculos” de cada uma dessas gerações. Estes trabalhos engendram um pensamento a respeito da natureza do filme e no filme, privilegiando os sentidos afectivos (hápticos) com a imagem. Neles vêm à tona a relação visceral com a matéria fílmica, nos lembrando que esta também é feita de materiais orgânicos, ou seja, é um ser vivo, por isso, suscetível à morte. Como veremos, no choque dialógico entre dois corpos – o corpus fílmico e o corpo espectatorial – surge uma manifestação da natureza (physis). Os três filmes também investigam a temporalidade, considerada uma das qualidades intrínsecas do cinema. Será justamente a partir da observação da natureza-morta e da paisagem natural que diversos artistas buscaram apreender as qualidades lábeis, impalpáveis e atmosféricas do continuum do tempo. Para além de expor como estes estudos “naturais” retornam nos filmes dos três autores austríacos, demonstramos também como eles se aproximam dos conceitos de sublime kantiano por meio de um deslocamento da experiência com as forças da natureza para as forças da tecnologia. Concluímos que cada um desses cineastas elabora, à sua maneira, novos capítulos sobre a relação entre cinema e natureza, uma relação dialética com as artes visuais, sem necessariamente chegar a uma síntese redentora. Para tal, utilizamos conceitos e escritos de Jacques Aumont, Giorgio Agamben, David E. Nye e Victor Stoichita.
Artigo na íntegra em open acess aqui: https://aim.org.pt/ojs/index.php/revista/article/view/1055
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